Racismo aqui e no mundo
A questão racial é aquela que causa muitas tensões não só na escola mas em
toda a sociedade. Em 2020, a morte do cidadão norte-americano George Floyd,
asfixiado por um policial branco, causou uma movimentação gigantesca em todo
o mundo, levando milhares de pessoas às ruas, em protesto contra a violência discriminatória e exigindo justiça e melhores condições de vida para a população negra. No Brasil, a morte violenta de crianças, jovens e adultos negros também chama atenção e clama igualmente por justiça. Os números não deixam dúvidas: a pobreza, a violência e a desigualdade atingem com maior intensidade os negros.
A escola é lugar privilegiado para se discutir o racismo. A Lei 10.639, de 2003,
que tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileiras e africanas, é a melhor ferramenta para se desconstruir o racismo por meio da educação, visto que existe uma supervalorização da história e da cultura branco-europeias em detrimento das africanas. Conhecer a nossa história é o caminho para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Sabemos que racismo é crime. Mas a lei
não basta para impedir a discriminação e a violência. Daí a importância de uma atitude de reflexão e ação constantes contra esses atos ou qualquer manifestação de intolerância diante da diferença.
Está longe o tempo no qual adolescentes e jovens tinham como ídolos negros
apenas artistas e esportistas. Hoje, poetas, escritores, artistas plásticos, médicos, pensadores, cientistas e políticos também são reconhecidos por sua luta. A literatura, o cinema, os games têm contribuído de modo exemplar para que novos nomes e novas formas de luta sejam reconhecidos. Heróis e heroínas negros são cada vez mais populares, divulgados e cultivados. Na literatura
feita para crianças, são muitos títulos, e os contos africanos estão sendo finalmente
conhecidos; poetas e ilustradores estão mostrando seu trabalho. Esse trabalho de valorização e retomada cultural é papel que a escola pode fazer de maneira exemplar.