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Guia de Orientação Literária

Esse guia serve de orientação para o professor, com explicações sobre o gênero literário epistolar (cartas) e com a discussão de alguns conceitos que envolvem o tema respeito às diferenças. A seguir são recomendadas atividades para realizar em sala de aula, que se encaixam na dinâmica desse projeto. Esse Guia é distribuído também aos educadores durante as oficinas presenciais. Os interessados podem visualizar e baixar sua versão digital aqui.

Caros alunos e professores,

Vamos viajar no gênero?

Podemos, em síntese, compreender por epistolar as cartas, bilhetes, convites, cartões, e atualmente os e-mails, que são cartas eletrônicas, e demais mensagens eletrônicas. Histórica e mais teoricamente temos os prólogos e as epístolas religiosas. Importante para este trabalho compreender a epístola como as formas de comunicação que estabelecem diálogo a distância entre duas ou mais pessoas por meio da linguagem escrita.

Esse gênero sofreu muitas mudanças, em especial com os meios eletrônicos, adaptando-se à mudança também social. Mudou o formato, o portador, o tempo da atividade, o comportamento junto ao texto. E até mesmo os limites de intimidade e confidencialidade foram alterados substancialmente. O gestual e a prática foram mais impactados. Ir até as agências do correios, colar selos e preparar envelopes faz parte de um ritual pouco experimentado e que guarda histórias incríveis.

Epístola vem do grego e quer dizer mensagem. Na esfera educacional, chamamos epistolar todo texto escritos em forma de carta, bilhete, cartão, telegrama. O Brasil é dado a conhecer por meio de uma carta, nossa famosa Carta de Descobrimento de Pero Vaz Caminha. Cartas políticas, cartas de amor, cartas da prisão, cartas de viajantes. São muitas as modalidades e as necessidades humanas de se fazer presente pela escrita. Existem cartas que se tornaram famosas pelo seu conteúdo.

Saudações, até a próxima!

Estimados educadores,

Uma pergunta importante:

O que os alunos aprendem com gênero Epistolar- Cartas?

• Habilidades de leitura e escrita, seguindo currículos e BNCC
• Noções sobre o gênero, suas características e seu uso social
• Localização de informações no texto
• Estrutura e coerência de ideias
• Expressão de opiniões pessoais
• Discussão sobre necessidade de comunicação em diversos formatos
• Reconhecimento de remetente, destinatário, endereço completo

Por se tratar de uma conversa, a carta pode ser particular, comercial, oficial ou ainda outras modalidades. Os alunos serão convidados a escrever cartas sociais, ou seja, falarão de questões pessoais ainda que de interesse coletivo. Será importante pensar na estrutura para que tenham a chance de experimentar o gênero em sua totalidade:

• Cabeçalho – lugar, data e saudação ao destinatário
• Corpo – mensagem escrita, conteúdo do que se quer dizer
• Despedida-assinatura e saudação final
Só isso?
Não, vão experimentar uma outra forma de comunicação já utilizada por pais, tios, avós...
Vão também aprender sobre selos e correios, ambas instituições que ajudam a contar a História do Brasil por meio de estampas e de contatos com a população.

Até mais ver! Ou escrever!

Caríssimos educadores,

Para mostrar essa importância toda, nossas dicas de trabalho:
Apresentando o gênero na Roda de Conversa
Sempre que falamos de um conteúdo novo, seja qual for a área do conhecimento, afirmamos a necessidade de que o professor fale de sua ligação com tal conteúdo. Suas memórias, as maneiras como aprendeu e ensinou. Principalmente para os gêneros da ficção e da escrita esse comportamento do professor como modelo se faz muito importante.

Ser modelo, portanto falar de suas próprias experiências com cartas, será fundamental. Se puder leve alguma que tenha recebido, um envelope, um selo. Trata-se de um gênero que necessita de outros complementos para se materializar.

• Busque na biblioteca da sua escola os livros que trazem cartas. Muitos deles são escritos apenas com a troca de correspondência. Muitos títulos infantis podem ser encontrados, a exemplo dos maravilhosos “De carta em carta”, de Ana Maria Machado; “Tem uma história nas cartas da Marisa”, de Monica Stahel, “Felpo Filva’, de Eva Furnari, entre vários outros.
• Leve cartas recebidas. Caso não as tenha, use imagens da internet, de cinema, de livros. É muito importante materializar o gênero e seu suporte, principalmente para alunos que terão o primeiro contato.
• Comece o projeto escrevendo uma carta para os alunos contando o que farão e coloque-a num envelope com selo e tudo – certamente as crianças terão uma grande surpresa!
• Se puder levar um carteiro para a sala de aula será maravilhoso! Ele poderá contar como é sua atividade e as alegrias que observa ao entregar cartas que estão sendo esperadas.

E existe um outro tipo de cartas, que não apenas aquelas que falam sobre nossas emoções quando são trocadas com pessoas de nosso relacionamento. São as cartas para instituições e outros grupos constituídos. Podemos dizer que são as cartas de opinião, e aqui vale também mostrar aos alunos os espaços dedicados aos leitores e usuários que jornais e empresas dedicam para ouvir críticas e sugestões. Essa modalidade é aquela que os alunos são convidados a confeccionar. Terão um tema e um destinatário definido. Utilizando os conhecimentos adquiridos na área de ciências, vamos fazer uso social da língua e espalhar tudo que foi aprendido e colocado em prática!

Despedimo-nos com alegria!

Queridos mestres,

Provavelmente os alunos já tenham compreendido que, apesar de não escreverem cartas, fazem uso da comunicação pessoal por meio de e-mails, redes sociais e afins.

Essa aproximação é muito importante para que não sintam que estão aprendendo um gênero que pouco servirá para vida cotidiana. O professor pode mostrar como é a correspondência eletrônica e que os elementos são os mesmos: texto, remetente, destinatário, tempo de envio, necessidade de resposta.

Então, agora, depois de ter mergulhado no gênero epistolar, em especial as cartas, vamos escrever!

Indicamos dois destinatários para as cartas:
● Pessoas da família
● Amigos de outras turmas que não estão participando do projeto

A turma pode ser dividida para que ambos os destinatários sejam atendidos e tenhamos uma boa diversidade de textos. Justamente por termos dois destinatários diferentes, levaremos em conta o que os alunos têm a dizer para cada um deles. O importante é socializar/compartilhar o que aprenderam em ciências sobre Segurança dos Alimentos e se dirigir aos destinatários com mensagem adequada.

O que querem compartilham com sua família e seus amigos?

Discutir com a turma o conteúdo do texto e como ele se materializará.
● O que queremos contar sobre o que aprendemos? Curiosidades? Elementos da ciência? Dicas de preservação? Dicas de higiene?
● De que maneira posso me corresponder com destinatários diferentes?
Provavelmente os professores saberão como organizar suas turmas, mas aqui temos algumas dicas:
● Ajudar os grupos a pensarem sobre os destinatários e qual será o conteúdo das cartas
● Fazer ao menos um rascunho antes da carta definitiva
● Fazer ou comprar envelopes para a carta
● Definir se serão enviadas pelo correio (o que seria maravilhoso e daria um acabamento essencial ao projeto) ou entregue em mãos.

Bom trabalho!

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